Ritmos e gêneros musicais presentes na nossa vida desde o nosso nascimento até os dias atuais, são parte de uma das culturas que mais criou e impactou o mundo: a cultura preta!
Dentro da cultura preta, a música também foi apropriada, roubada e embranquecida.
Por isso, peguem seus equipamentos, instrumentos e gravadores digitais que hoje vamos descolonizar a música!
MÚSICA ELETRÔNICA
House e Techno são pretos!
Nos anos 80, DJ’s negros como Juan Atkins, Derrick May e Kevin Saunderson estudavam na mesma escola e foram fundamentais na origem do Techno em Detroit.
Já o House, originado em Chicago, teve Frankie Knuckles, também negro, como um dos personagens mais importantes dessa história.
E você, pessoa negra, pensando que esse ritmo não te representa em nada, né? Toma que ele é teu!

JAZZ E BLUES
Os africanos escravizados faziam música e misturavam com ritmos populares europeus, criando então, nos Estados Unidos, a mistura que originou o Jazz e Blues.
O Jazz se popularizou, mas para a elite estadunidense, adicionar instrumentos eruditas fazia com que o ritmo se tornasse mais aceito, porém o nome correto é embranquecido.
Hoje, apesar de elitizado, os principais nomes que o Jazz e o Blues carregam, são nomes de artistas pretos, claro.

SAMBA
Assim como o Jazz, o Samba é uma mistura criada pelos africanos escravizados, com as influências europeias.
Por ser uma manifestação cultural da classe trabalhadora, expressando seu modo de vida e visão sobre o mundo, um projeto nacional estratégico embranqueceu o ritmo para que o mesmo fosse aceito e dessa forma, desmarginalizado.
E mais uma vez, falhou, uma vez que não conseguiu o apagamento histórico da verdadeira origem preta do samba.

AXÉ
Do Iorubá, AXÉ é energia, poder e força! Presente nas religiões de matrizes africanas, não tem uma nota musical neste ritmo que não seja preta.
Relacionado ao carnaval, o AXÉ saiu da periferia como um ritmo marginalizado, e para ser socialmente aceito e embranquecido, o ritmo foi tomado por camarotes, circuitos e trios segmentados.
Apesar disso, não há dúvidas de que o carnaval também é preto!

FUNK
O funk foi (e ainda é) um ritmo marginalizado, e sofre também um processo de embranquecimento e elitização.
Isso porque tentam “suavizar” o ritmo, incorporando elementos de outros gêneros diminuindo as batidas originais e marcantes do funk.
Com tamanha popularização, o funk possibilita ascensão social de muitos artistas pretos. Porém, esses mesmos artistas são também os que mais sofrem com a criminalização e preconceito com o ritmo.
